quinta-feira, 7 de junho de 2007

"O amor vence. Sempre"

Diálogo entre Mitch e Morrie:

Procuro na livraria do campus os títulos constantes da lista passada por Morrie. Compro livros que nunca suspeitei que existissem, tais como Juventude: identidade e Crise, Eu e você, O ser dividido. Antes da faculdade, eu não sabia que o estudo das relações humanas podia ser considerado matéria acadêmica. Antes de conhecer Morrie, não acreditava que pudesse. Mas o amor dele pelos livros é autêntico e contagioso. Passamos a discutir assuntos sérios depois da aula, quando a sala está vazia. Ele me indaga sobre a minha vida, cita passagens de Erich Fromm, Martin Buber, Erik Erikson. Às vezes, concorda com eles, mas acrescentando a sua opinião sem negar a concordância. É nessas ocasiões que percebo que ele é mesmo um professor, não um tio. Uma tarde me queixo do choque entre o que a sociedade espera de mim e o que eu quero para mim.
- Que foi que eu lhe disse sobre a tensão dos opostos?- ele pergunta.
- Tensão dos opostos?
- A vida é uma série de paixões para frente e para trás. Queremos fazer uma coisa, mas somos forçados a fazer outra. Algumas coisas nos machucam, apesar de sabermos que não deviam. Aceitamos certas coisas como inquestionáveis, mesmo sabendo que não devemos aceitar nada como absoluto. Tensão de opostos, como o estiramento de uma tira de borracha. A maioria de nós vive mais ou menos no meio.
- Parece luta-livre – pondero.
- Luta-livre – ele repete, e ri – É. Pode-se definir a vida dessa forma.
- E que lado vence? – pergunto.
- Que lado vence?
Ele sorri para mim, os olhos enrugados, os dentes tortos.
- O amor vence. Sempre
.”

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